Véspera de fim de semana, leio no Carapuceiro a mensagem daqueles, que solteiros, não perdem tempo com o tempo. Não haverá nunca mais este imperativo cronológico. Sinapses. Tudo que pulula aqui, esvai-se ali. Leio a bebedeira do solteiro ao acordar, visão turva, camadas etílicas ainda separam, horas depois, a cama da sensação de ali estar esparramado, e o corpo daquela que acorda (quem?) e ainda que ronque parece sinuoso, faceiro. Aquela doce camada de ilusão no dia seguinte. A ressaca e o amor passageiro. Na quinta-feira - o dia do esquenta. Etéreo.
Não que se possa definir uma regra, um estado de ordem,
como quando se está solteiro. Por exemplo: quinta-feira,
o dia do esquenta. É. Os solteiros podem contar com esta regra.
Será assim. Se não houver apetite, toma mais uma. Se não
houver opção, toma mais uma. E assim vai. Acabam
sempre confirmando a regra do amor no dia do esquenta.
Não importa com quem e por quanto tempo.
Pois é.
Aqui, no continente CASADOS, o poder é descentralizado e a onírica companhia acorda todos os dias ao seu lado. Logo, mesmo a camada de ilusão no dia seguinte da bebedeira está muito bem treinada a não confundir a identidade d'aquele corpo ao meu lado. O segundo de anonimato que empresta ao despertar dos solteiros aquele aspecto de dúvida e descoberta. Acaba. Pois o cinema do amor, que dizem os solteiros, ser uma questão de olhar, passa a ser o cinema do EU mesmo e narro.
Por maior que tenha sido a bebedeira, nem a camada etílica cobrindo meus olhos pode me fazer esquecer quem está ao meu lado. E sabendo. Sabe-se também que aquele corpanzil chamado de minha cara metade no continente CASADOS, hoje não está para levantar-se dali melado. Portanto. Enrosco-me mesmo assim no corpo inerte e insisto, pois conheço o reduzido grau de resistência de minha cara metade. Ela, segura seu pau ainda infantilizado e preguiçoso. Eu, desço com a clara intenção de torná-lo adulto. E ali, abocanho com amor a criança recém nascida. Molinha, desprotegida. Vem a mim recordações muito antigas, que jamais poderia ter em outra circunstância, e revivo meus primeiros anos de vida focando meu interesse principalmente na maneira com a qual eu chupava meus primeiros objetos. O lençol. A fralda. A blusinha de tricô. O bico do peito. E posteriormente, a chupeta. Assim, neste processo de regressão, o cinema do EU (na forma de amor difundida neste continente CASADOS) transforma-se momentaneamente numa Ode DADAÍSTA. Gugu dada. Da-dá Gugu. Até que aquele atrevido nenenzinho resolve crescer enrijecendo assim seus músculos e eu, já tendo experimentado por tempo suficiente as sensações dos primeiros momentos de vida, subo nele cavalgando lentamente. Passos vagarosos. Assim. Tal qual um Minotauro. Homem/Mulher ainda quadrúpede, metade cavala metade fêmea mistificada. E ele, já evoluído em seu cinema do EU, usa as mãos! Sim. Enquanto eu ainda experimento a forma quadrúpede, ele, bípede, já sabe sobreviver por si só, buscando alimento com suas próprias mãos. E assim, levou-as a minha flor em flor, tal qual uma catléia roxa avermelhada e abriu minhas pétalas. Com sabedoria e destreza. Para não cortar o mood. Não interromper abruptamente a trilha, tal qual um filme assexuado de Godard. Então, abriu-me. Desvendou-me. Eu por cima, tendo o corpo inteiro e a cabeça submersos nas profundezas dos lençóis. Começamos. Um, dois, três. Cavalgávamos. Até que o ar nas profundezas me foi insuficiente e arranquei o lençol tornando-me finalmente uma bípede ainda que acéfala. A luz do dia rasgou minha retina. Meus Deus, não! Esta clarividência ameaça meu processo criativo, botando em risco o meu cinema do EU -onde o filme é o próprio processo! Então joguei o corpanzil de meu HOMO-SAPIENS por cima do meu. E assim foi.
Pois é.
Aqui, no continente CASADOS, o poder é descentralizado e a onírica companhia acorda todos os dias ao seu lado. Logo, mesmo a camada de ilusão no dia seguinte da bebedeira está muito bem treinada a não confundir a identidade d'aquele corpo ao meu lado. O segundo de anonimato que empresta ao despertar dos solteiros aquele aspecto de dúvida e descoberta. Acaba. Pois o cinema do amor, que dizem os solteiros, ser uma questão de olhar, passa a ser o cinema do EU mesmo e narro.
Por maior que tenha sido a bebedeira, nem a camada etílica cobrindo meus olhos pode me fazer esquecer quem está ao meu lado. E sabendo. Sabe-se também que aquele corpanzil chamado de minha cara metade no continente CASADOS, hoje não está para levantar-se dali melado. Portanto. Enrosco-me mesmo assim no corpo inerte e insisto, pois conheço o reduzido grau de resistência de minha cara metade. Ela, segura seu pau ainda infantilizado e preguiçoso. Eu, desço com a clara intenção de torná-lo adulto. E ali, abocanho com amor a criança recém nascida. Molinha, desprotegida. Vem a mim recordações muito antigas, que jamais poderia ter em outra circunstância, e revivo meus primeiros anos de vida focando meu interesse principalmente na maneira com a qual eu chupava meus primeiros objetos. O lençol. A fralda. A blusinha de tricô. O bico do peito. E posteriormente, a chupeta. Assim, neste processo de regressão, o cinema do EU (na forma de amor difundida neste continente CASADOS) transforma-se momentaneamente numa Ode DADAÍSTA. Gugu dada. Da-dá Gugu. Até que aquele atrevido nenenzinho resolve crescer enrijecendo assim seus músculos e eu, já tendo experimentado por tempo suficiente as sensações dos primeiros momentos de vida, subo nele cavalgando lentamente. Passos vagarosos. Assim. Tal qual um Minotauro. Homem/Mulher ainda quadrúpede, metade cavala metade fêmea mistificada. E ele, já evoluído em seu cinema do EU, usa as mãos! Sim. Enquanto eu ainda experimento a forma quadrúpede, ele, bípede, já sabe sobreviver por si só, buscando alimento com suas próprias mãos. E assim, levou-as a minha flor em flor, tal qual uma catléia roxa avermelhada e abriu minhas pétalas. Com sabedoria e destreza. Para não cortar o mood. Não interromper abruptamente a trilha, tal qual um filme assexuado de Godard. Então, abriu-me. Desvendou-me. Eu por cima, tendo o corpo inteiro e a cabeça submersos nas profundezas dos lençóis. Começamos. Um, dois, três. Cavalgávamos. Até que o ar nas profundezas me foi insuficiente e arranquei o lençol tornando-me finalmente uma bípede ainda que acéfala. A luz do dia rasgou minha retina. Meus Deus, não! Esta clarividência ameaça meu processo criativo, botando em risco o meu cinema do EU -onde o filme é o próprio processo! Então joguei o corpanzil de meu HOMO-SAPIENS por cima do meu. E assim foi.
Até melarmo-nos completamente com a força-raíz do Universo e experimentarmos as diferentes conjunturas cósmicas desenhadas no espaço bidimensional de nossa cama KING SIZE.
Vida de CASADO não é vida de solteiro. É outra cousa...
Vida de CASADO não é vida de solteiro. É outra cousa...
para ler o despertar dos solteiros, consulte o blog de Xico Sá : http://carapuceiro.zip.net
em seguida, não esqueça: RESPIRE!