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O que fazer?Mandar um currículo puxa-saco para um Monster expoente da cena audiovisual contemporânea que está casualmente no Brasil neste exato momento em que perco meu tempo escrevendo neste obtuso e desconhecido blog? Continuar essa ensandecida atividade que consiste em escrever estórias anônimas para outros anônimos internautas que nunca cruzarei em lugar nenhum?Hum...É...Bom...Talvez...Não...Sim! Olá amigos,Estou aqui novamente ( deixe-me ver... o último post data de ...hiiiii).Não tenho o que dizer, mas deixe-me ver.... O tempo está nublado. O Prédio logo a minha direita parece esvaecer em seu amarelo desbotado tipo lavado e poluído. O outro ao seu lado, prefiro nem comentar. Está marrom carbonizado: gazes urbanos manifestos. Vejo também um anúncio gigantesco falando-me da importância do numero 0800 505050 705, parece que esta aí a porta inaugural do meu prospero futuro (mesmo que eu não mande curriculum nenhum). Ouço carros, caminhões e ônibus ( mas agora, um minuto, fecharei a janela). No estúdio, estão todos voltados para suas telas eletrônicas. O cotidiano está excitante, os projetos não param de pipocar, as telas azuis piscam, o meu vizinho cantarola. _ HELENA!!!!!!???!!!!Nada. Ninguém me atende. Balanço a cabeça no estilo indiano, para lá e para cá, repetitivamente. Nem um ruído sequer._ HELENA!!!!!!!!!!!O ano passado, Helena me perseguia constantemente. Não reclamo, Heleninha, só estou dizendo “desculpa, não deveria ter sumido tanto assim..... mandando todos esses curriculums e tal.... desculpa...” Ela é braba. Continua calada. _ helena...Mudar de tom. ( ela é macho, melhor não concorrer. Ser dócil)._ Sabe, semana que vem é carnaval. Carnaval!! Huu! Vou pro Rio, ver a Mari e esse povo todo... legal, né? Faz séculos que eu tô desaparecida de lá..._ Até parece que mudou alguma coisa pra alguém! Espanto._ Helena? Is that you?_ Não. Não sou eu, tatu._ Porra... tua voz engrossou a vera... _ Pois é, o fumo constrói e o fumo destrói. _ E aí, tens feito o quê?_ Nada de mais._ E a Minalva, cadê? _ Aquela vaca?_ Bom..._ Com esse nome, difícil tê duas.() Ta por ai na vida, com algum desesperado por sexo oral. Ela é boa nisso, cê sabe. _É. ( abaixei a cabeça, como que saudosa) Ela ta com o Flavio?_ Sabe que eu nem sei... Não tenho tido noticias desse pessoal do Espelho d’ água. Bocejo. Nunca poderia imaginar que nossa relação autor-personagem pudesse se transformar em algo tão ordinário. O Espelho d’ água é o nome do roteiro que escrevi no qual Helena seria a grande estrela, seguida por Minalva, aquela putinha de luxo fazendo um gênero “ transcendental”. O Flávio era o boboca da estória, mas sem ele, o roteiro não tinha estrutura. Ele dava a liga. No bom e no mal sentido. Era o ponto de convergência. _ Porra! A gente nem passou para a segunda fase..._ Do quê?_ Do concurso._ Ah vai! Até parece que alguém decentemente criativo emplaca de primeira na categoria roteiro!_ Cê acha? _ Sure! Vê se amanhã começa a pegar no trampo de novo. Quero meu lugar ao sol, senão desapareço de vez._ Num faz isso, helena. Sem você, eu sou só eu mesma. Que nóia!_ Então escreve, vagabunda! Helena fechou a porta do meu córtex, soltando um peido antes de sair. Completamente.